Olá a todos e todas! Sejam bem vindos à primeira postagem do Programa de Astronomia do IFF Cambuci! Nessa primeira publicação, abordaremos o tema escolhido pelos curtidores de nossa página do Facebook, Como é constituída a Via Láctea?
Olhando o Céu
Antes de começarmos, você já viu ou conhece a Via-Láctea? Se você tem a sorte de ter acesso a um céu noturno pouco iluminado, longe de grandes cidades e com poucas nuvens, já deve ter visto uma imagem semelhante a esta:
|
Via Láctea. Fonte: Steve Juvertson http://flickr.com/photos/44124348109@N01 |
Este espetáculo luminoso fascinou a humanidade desde os povos antigos, que eram muito habituados à observação do céu. Seu nome atual remonta à Era Clássica Grega, onde os observadores compararam seu brilho branco a uma trilha de leite.
Atualmente, sabe-se que a Via Láctea tem uma relação muito mais próxima com nosso mundo do que os antigos concebiam. Ao olhar para o céu noturno e vislumbrar esse brilho magnífico, estamos olhando para o centro de nossa própria Galáxia!
E o que é uma Galáxia? Galáxias são enormes conjuntos de estrelas e demais matérias presentes no espaço que são unidos por forças de atração mútua, conhecidas como Força Gravitacional. Essa é a mesma força que une a nossa Lua à Terra e a faz com que ela gire continuamente em torno de nós. Também é a mesma que une nosso planeta azul ao Sol e nos leva a girar em torno dele durante a eternidade.
O próprio nome Galáxia deriva do grego galaxias (γαλαξίας) que significa leitoso, ou seja, uma referência à nossa querida Via-Láctea. Quando pensamos num conjunto espantoso de estrelas, maior do que podemos contar, estamos pensando no nosso próprio cantinho no Universo.
Nosso Sol, cujo brilho permite a vida em nosso planeta e renova continuamente diversas de nossas fontes de energia, é mais uma das estrelas dessa Galáxia. Isto nos faz parte desse quadro deslumbrante que observamos ao contemplar o céu noturno.
Mas o que, afinal, há nessa nossa Galáxia?
Composição e Estrutura
Como é de se esperar, nossa Galáxia é formada por um número imenso de estrelas. Você consegue estimar, pelo seu conhecimento do céu, quantas estrelas compõem esse conjunto? Centenas? Milhares? Milhões?
Quando se pensa em Astronomia, é hora de pensar realmente grande.
Astrônomos estimam que a Via Láctea contém entre 200 e 400 bilhões de estrelas! Somando-se todas elas, bem como toda a matéria adicional, como planetas, poeira estelar, asteroides e tudo o mais, calcula-se que a massa da nossa Galáxia chega a impressionantes 750 bilhões de vezes a massa de nosso Sol! Toda essa imensidão está agrupada numa espécie de espiral plana, como na imagem abaixo:
Esta imagem, uma representação feita em computador, é baseada nos trabalhos dos astrônomos que tem estudado a estrutura da Via Láctea. Na figura, podemos ver um centro luminoso rodeado por diversos braços que giram ao seu redor. Cada um desses braços é composto por quantidades assombrosas de estrelas, unidas umas às outras pelas mesmas forças de atração gravitacional que citamos lá em cima.
Nessa mesma imagem, está representada a posição de nosso Sol. Você conseguiu encontrá-lo? Olhe mais uma vez. Procure por um ponto onde está escrito Sun (Sol, em inglês). Este ponto se encontra no centro desse sistema de coordenadas, que representa a visão que temos da nossa Galáxia ao olhar do ponto onde estamos. Assim, nós olhamos esse imenso disco "de lado", o que explica porque vemos uma espécie de linha no nosso céu.
Ainda sobre as dimensões dessa espiral, a distância de um lado a outro de nossa Galáxia é algo entre 100.000 e 120.000 anos-luz. Isso quer dizer que a luz, que viaja na velocidade mais rápida do Universo, cerca de 300.000km a cada segundo, leva entre 100.000 e 120.000 anos para atravessar a Via-Láctea!
E já que estamos pensando em anos-luz, a distância que nos separa daquele centro branco e luminoso da espiral é de cerca de 27.000 anos. Aquela luz espetacular que vemos à noite, deixou o centro de nossa Galáxia a cerca de 27.000 anos atrás! É como se estivéssemos vendo um filme do passado daquelas estrelas!
O centro da Galáxia
O centro mais iluminado possui a forma de barra e sua natureza ainda é objeto de estudo dos Astrônomos. Suas dimensões chegam aos milhares de anos-luz e análises de seu material indicam a presença de átomos simples, como Hidrogênio, o menor átomo da natureza, que podem vir a se aglutinar e formar novas estrelas. Enquanto isso, as reações nucleares que essas partículas realizam todo o tempo alimentam o intenso brilho que vemos no meio da nossa Galáxia no céu.
As detecções realizadas a respeito da matéria no centro da Via-Láctea ainda indicam a presença de uma superconcentração de matéria. Num espaço de cerca de 44 milhões de quilômetros (um pouco menos do que a órbita de Mercúrio, o planeta mais próximo do Sol) há uma massa concentrada que equivale a cerca de 43 milhões de vezes a massa do nosso Sol!
Toda essa massa concentrada, mais as emissões eletromagnéticas captadas aqui na terra por nossos rádio-telescópios, indicam a presença de algo que se chama de Buraco Negro Supermassivo. Mas calma, nada para se preocupar! Buracos negros são similares a estrelas gigantescas, com muita matéria compactada. Recebem esse nome por terem tanta massa que a luz não consegue escapar de sua atração gravitacional.
Além disso, é comum que se formem no centro de Galáxias mesmo. É pra lá que grande parte da matéria estelar acaba sendo atraída e concentrada, dando origem a corpos tão grandes. E é essa alta presença de matéria que atrai os demais corpos e mantém nossa Via-Láctea em rotação em torno do centro.
Fora do centro: Espirais e muito mais
A rotação provocada pelo centro produz as formas de espirais já citadas. Essas espirais concentram a matéria da Via-Láctea fora do centro, como a demais estrelas, planetas, poeira estelar etc. Quatro grandes espirais circundam o centro da Galáxia. em uma delas, se encontra o nosso Sol e todos os planetas que o orbitam (que giram ao seu redor).
Além das espirais, há matéria menos concentrada fora dos braços principais da Galáxia. Ainda pode-se encontrar parte dela em uma região em formato de auréola ao redor das espirais e mesmo uma enorme nuvem gasosa que se estende por centenas de milhares de anos-luz, mas ainda conectada ao resto da Via-Láctea pela força de tração que faz toda ela girar.
E esse giro ainda intriga os especialistas. Toda a massa estimada para a Via-Láctea deveria produzir uma rotação diferente do que o que se observa. A rotação deveria diminuir conforme os corpos se afastam do centro da Galáxia. A rotação que os Astrônomos observam indica que deve haver mais matéria do que o que se consegue observar nos telescópios convencionais e rádio-telescópios.
A essa matéria que não emite luz, os pesquisadores dão o nome de Matéria Escura, por não ser possível observá-la. A natureza dessa matéria, estudada desde que foi concebida como hipótese em 1922, ainda é um dos grandes mistérios do estudo do Universo e desafia os Astrônomos!
Como podemos ver nessa breve postagem, nossa vizinhança no Universo guarda não apenas maravilhas fascinantes, mas muitos mistérios nessa aventura humana em busca do conhecimento! Esperamos que tenham gostado! Curtam nossa página do Facebook (https://www.facebook.com/astronomiaiff/) e fiquem por dentro do material que produzimos e dos eventos que organizamos! Até a próxima!